A força do artesanato feminino se revela no grupo Margaridas na Luta, formado por mulheres de várias comunidades rurais de Afogados da Ingazeira, como Pau Ferro, Jiquiri e sítios vizinhos. Unidas desde maio deste ano, já são cerca de 30 artesãs que encontraram na arte uma forma de renda, resistência e também de preservar memórias afetivas.
De onde surgiu o grupo
A artesã Jhenifer Lauane, que idealizou o movimento, conta que tudo começou em uma reunião no dia 10 de maio. “Convidei algumas mulheres conhecidas, elas trouxeram outras, e hoje já somos 30. É um espaço de oficinas, aprendizado e união”, destaca.
Arte com consciência
Os trabalhos são feitos, em grande parte, com materiais reciclados: sobras de tecido, retalhos, pedaços de fita, caixas de manteiga, papelão e até estofados que seriam descartados.
“Transformamos o que seria lixo em peças de valor, como pesos de porta e flores de fuxico”, explica Lidiane Vicente, artesã da comunidade Pau Ferro.
O que elas produzem
• Thainan Oliveira: trabalha com fuxico, muitas vezes ao lado da mãe.
• Maria Aparecida Vicente: produz peças em biscuit e também fuxico.
• Laísa Vitória: cria flores de fuxico e montagens decorativas.
• Jhenifer Lauane: além de artesã, organiza oficinas e incentiva a produção coletiva.
Os produtos já foram expostos em feiras locais, como no Sindicato, e estão conquistando espaço pela qualidade e beleza.
A boneca centenária: memória viva
Entre os destaques do grupo está uma boneca com mais de 100 anos de história, feita pela artesã Maria Luísa da Conceição, conhecida como Borrega, uma das fundadoras do Quilombo do Jiquiri.
A peça foi feita com retalhos e constantemente renovada pela própria Borrega. “Eu tinha 7 anos quando ajudei minha madrinha a reformar o cabelo da boneca, feito com fios de fita”, lembra emocionada Lidiane Vicente.
Maria Luísa, além da boneca, também deixou um legado cultural: fazia panelas de barro, bordado e crochê, usando até linha de costura para criar suas peças. Hoje, sua memória é mantida viva pelas descendentes Jhenifer e Laísa.
União e futuro
O grupo Margaridas na Luta não é só artesanato: é espaço de acolhimento, troca de saberes e geração de renda. Uma história feita por mãos que bordam resistência e costuram sonhos.
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1 Comentários
Maravilhosas! Viva!
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